quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

POR MOR D’ARTE

POR MOR D’ARTE

Ao amigo: Luís Pedro Viana

Falas-me de Arte e ela aqui está, pendurada na parede do nosso intelecto, (Galeria Vieira Portuense), diante da retina dos olhos da nossa mente, a invadir de sedução o nosso imo peito, a encher-nos de prazer e alegria, satisfação e deleite, gozo e contentamento, dando um certo gosto aos dias que nos coube em sorte viver! 

Que seria a Vida na Terra sem a Arte?! Como suportaríamos nós a velha máquina do quotidiano?!

A Arte tenta aperfeiçoar as imperfeições da Natureza. Se isto não é de loucos, anda lá perto, pois quem ousa intrometer-se na Criação Divina só pode julgar-se alguém como um “pequeno deus”, parafraseando Pierre Grassé.
A Arte é assim uma forma prática de executar ideias. Claro, que tudo isto requer habilidade, artifícios (arte e ofício), artimanha (arte e manha), astúcia, ardil, uma certa maldadezinha ou travessura e, porque não dizê-lo?, repito, uma certa dose de loucura! Loucura que baila nas profundezas do subconsciente do artista e já agora de todo o ser-humano, pois todo o Homem almeja ser artista, porque não há quem não busque a perfeição…

Sim, vejo na Arte um “passaporte para o eterno”  (J.G. Ballard), onde nos leva essa busca  do Belo!

Deixem-me ser mais subtil nas palavras e dizer que esta maldade, travessura, loucura do artista/pintor atinge, por vezes o elevadíssimo grau do sublime e nos deixa boquiabertos de espanto, pasmados pelo deslumbramento, pela emoção e, quantas e quantas vezes, pela comoção. Podemos não perceber a história do poema escrito na tela com tinta, mas, disfarçadamente, não damos a perceber…porque queremos ver-nos, também nós, projectados por ela nessa alma de artista…

A representação do Belo da Natureza, antes de ser posta na tela, “Passa Tudo Pela Refinadora” (Alexandre O’Neill) da imaginação do pintor. Não seria Bela-arte, se assim não fosse! Poder-lhe-íamos chamar retrato, cópia, imitação ou reprodução, mas não Bela-arte!

A mistura da Arte-concreta com a Arte-abstrata ou a elegância do figurativo com o despudor do não-figurativo dá um cunho de semirrealíssimo a qualquer Obra. Nesta mistura de luz, sombra, cores, linhas e formas, pode vislumbrar-se a realidade do mundo interior do Artista. É isto que nos faz ver magia estampada numa tela! Magia que, normalmente, ninguém vê porque ali está a Alma, a Inteligência, o Esforço, a Dedicação, o Estudo, a Imaginação e, acima de tudo a Sensibilidade do Homem/Criador.

Abraço
Manuel Maia

1 comentário:

  1. à medida que avançamos...passo a passo...criar é um destino sem baias onde entram as imaterialidades

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